terça-feira, 29 de maio de 2012

Argentina - O Sul não Escapa da Crise

Mesmo longe do epicentro do terremoto e com políticas econômicas diametralmente opostas às que alimentaram a crise do euro, os países sul-americanos começam a sentir suas consequências. Desesperadas por liquidez para fazer frente ao desenlace imininte, empresas europeias e norte-americanas se desfazem de aplicações em países do sul.
No Brasil, a saída de capitais foi acentuada pela forte queda dos juros reais e totalizou 5,2 bilhões de dólares nos primeiros 18 dias de maio, tanto quanto em dezembro de 2008, sob o efeito da crise de Wall Street. Um dos recultados é a competitividade internacional da sua indústria, mas tem um efeito devastador sobre a do vizinho do sul, que tem no Brasil seu maior mercado externo e cuja taxa de câmbio é menos volátil.
Em pouco mais de dois meses, de 21 de março a 24 de maio, a cotação paralela passou de 4,82 pesos por dólar para 5,92 - uma alta de 23% - enquanto a taxa oficial aumentou meros 2,5%, de 4,38 para 4,49. Tal descompasso não se via desde os anos 1980 e muitas empresas argentinas adiam o fechamento de contratos contando com uma forte desvalorização do câmbio oficial nas próximas semanas. O governo tomou medidas para controlar divisas, flexibilizar o câmbio oficial e reprimir o informal, mas não há dúvidas de que a desvalorização do real, caso se consolide, terá de ser acompanhada pela Argentina.

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