terça-feira, 27 de março de 2012

DARFUR - Mais um pouquinho de África



Situada entre o Sudão e o Chade, Darfur – a terra dos furs – era, no século XVII, o Estado sucessor de uma série de países independentes e prósperos, que, no início do século XX foram absorvidos pelo Sudão.
Com a independência do Sudão em 1956, Darfur envolveu-se tangencialmente em guerras civis norte-sul (1956-1972) e ainda era um lugar de inquietação quando elas terminaram, pois também estava envolvida no conflito entre Chade e Líbia. Quando o general al-Bashir tomou o poder no Sudão, o novo governo em Cartum engajou-se na guerra em Darfur em nome do Islã e com armas fornecidas pela China. Os Estados Unidos estavam preocupados com esses levantes que coincidiram com os ataques da Al-Qaeda às embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia. O governo sudanês tentava ocultar suas operações aparentemente genocidas agindo por meio de milícias semi-independentes, os janjaweeds, mas os relatos de atrocidades se tornaram tão horripilantes que a União Africana (UA) foi convencida a enviar uma força, aceita com relutância por Cartum, para aliviar a situação. Entretanto, essa força era pequena demais para ser eficaz, de forma que o Conselho de Segurança da ONU se sentiu obrigado a proporcionar uma força de paz internacional de 20 mil membros. As mortes em Darfur aumentaram para várias centenas de milhares, com um número muitas vezes maior de desabrigados, famintos ou pessoas sem água e horrorizadas demais para voltar para casa, mesmo se pudessem, e vários grupos entre os furs estavam lutando entre si. Enquanto alguns fugiam em direção ao oeste, para o Chade, o presidente Deby pedia ajuda internacional, insistindo em que ela não deveria vir da UA nem da ONU, mas da EU, onde ele poderia ter certeza da presença da presença simpática da França. Um acordo de paz, concluído em 2007, foi um primeiro passo em direção à salvação das vítimas sobreviventes, mas apenas parcialmente eficaz, já que forças predadoras se dividiram em fragmentos, dos quais muitos não podiam ser incluídos em acordos formais. As condições nos chamados campos continuavam brutais e tão perigosas que muitas organizações de ajuda foram forçadas a abandonar seu trabalho. O Tribunal Penal Internacional decidiu indiciar o presidente al-Bashir.

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