E Em 1982, a Grã-Bretanha e a Argentina disputaram
militarmente um arquipélago rochoso, gélido e pouco habitado do Atlântico Sul.
Foi o maior confronto aeronaval desde a Segunda Guerra Mundial e teve enorme
impacto em ambos os países, assim como nas próprias Malvinas.
Em 19 de março de 1982, um navio de
transporte de tropas da marinha argentina levou um grupo de comerciantes de
sucata para a remota Ilha Geórgia do Sul, uma possessão britânica 1.280 km a
sudeste das ilhas Malvinas (Falklands, para a Grã-Bretanha). Entre eles
encontravam-se fuzileiros navais, que fincaram a bandeira argentina no local.
Em 2 de abril, forças da Argentina desembarcaram nas ilhas Malvinas – a primeira
invasão de domínio britânico desde a Segunda Guerra Mundial.
A discrepância na guerra era enorme: os
argentinos se encontravam a 480 km de distância das ilhas, ao passo que os
britânicos estavam a 12.000 km ao norte e tinham apenas uma guarnição de 68
fuzileiros navais – prontos para se render – e um navio de patrulha do gelo
armado com dois canhões de 20 mm para proteger o território. Os EUA deram apoio
à Grã-Bretanha, mas consideravam como “impossibilidade militar” uma invasão
britânica bem-sucedida. Na Grã-Bretanha, o ataque provocou uma crise política,
e o governo conservador de Margaret Thatcher foi acusado de negligenciar as
ilhas e de dar à Argentina sinais incorretos sobre seu futuro.
A força-tarefa
O governo britânico organizou então para
recuperar as ilhas uma força-tarefa de 30 navios de guerra, mais embarcações de
apoio e de transporte, incluindo o cruzeiro adaptado SS Canberra, e 6 mil soldados. Uma base área foi instalada na ilha de
Ascensão, no meio do Atlântico, e estabelecida uma zona de exclusão de 370 km
em torno das Malvinas, dentro da qual todo navio e avião argentinos seriam
atacados. Enquanto a força-tarefa cruzava o Atlântico rumo ao sul, uma equipe
de fuzileiros navais e tropas do Serviço Aéreo Especial (SAS, na sigla em
inglês) e do Serviço Especial de Barcos (SBS) recapturaram a ilha Geórgia do
Sul em 25 de abril. Helicópteros British Wesland Wasp atingiram um submarino
argentino, o ARA Santa Fe, com
mísseis antinavio AS-12, forçando-o a atracar na ilha.
Bombardeiros Avro Vulcan, da força aérea
britânica (RAF), atacaram o aeroporto de Stanley em 1º de maio. A viagem de 16
horas da ilha de Ascensão requeria que os bombardeiros fossem reabastecidos em
pleno voo por aviões-tanque da RAF. Embora um feito notável, os ataques eram de
pouca eficácia. Em investidas de menor alcance, jatos Sea Harrier decolando do
porta-aviões HMS Hermes despejavam bombas
de fragmentação sobre Stanley e sobre a pista de Goose Green. Nenhum dos
aeroportos das Malvinas podia receber jatos, assim caças e outros aviões
argentinos tinham de operar a partir do continente, alvejando com bombas e
mísseis a força-tarefa que se aproximava. Esta se defendeu com armas
antimíssil, antiaéreas e caças Sea Harrier.
Enquanto isso, no mar, o submarino nuclear
britânico HMS Conqueror afundou com
torpedos o cruzador leve argentino ARA Belgrano
em 2 de maio, matando 323 homens, sendo que outros 700 foram resgatados. As
mortes no incidente representaram cerca de metade do total de fatalidades
argentinas no conflito. O ataque foi muito criticado, uma vez que o navio
estava fora da zona de exclusão e rumava para longe das Malvinas. Um barco de
patrulha argentino foi atingido e danificado no mesmo dia. As perdas
convenceram os comandantes navais argentinos a confinar suas embarcações nos
portos pelo resto do conflito. Dois dias depois, um avião argentino Dassault
Super Etendard afundou o navio britânico HMS Seffield com um míssil Exocet.
Desembarques
Os primeiros desembarques britânicos nas
ilhas ocorreram em 14 de maio, quando o SAS promoveu uma incursão na ilha
Pebble e destruiu na pista 11 aviões militares argentinos. Uma semana depois, 4
mil homens da 3ª Brigada de Comando SAS desembarcaram perto do estreito de San
Carlos, na ilha Malvina Oriental, no lado oposto ao da principal base argentina
em Stanley. As tropas britânicas estavam então vulneráveis a bombardeios
noturnos, enquanto raides aéreos afundaram quatro navios britânicos na área.
As tropas britânicas dirigiram-se para o sul
a fim de atacar o 12º Regimento de Infantaria argentino em Goose Green. Depois
de dois dias de luta, em 28 de maio, a vitória britânica permitiu que suas
tropas marchassem para Stanley. Uma longa batalha no final de maio deu aos
britânicos o controle do estratégico monte Kent, que dominava a cidade. Mais
para o sul, forças britânicas rumando para Stanley sofreram ataques aéreos
argentinos e tiveram baixas quando foram atingidos dois navios de desembarque,
o RFA Sir Galahad e o RFA Sir Tristam, em 8 de junho.
Apesar do revés, as forças britânicas
estavam, na noite de 11 de junho, em condições de atacar posições defensivas em
elevações em torno de Stanley. Dois dias depois, elas capturaram o monte
Tumbledown, a última linha de defesa em torno da cidade. Na manhã seguinte, 14
de junho, as tropas argentinas renderam-se; suas mal equipadas forças não eram
páreo para o poder tecnológico das armas britânicas.
Depois disso as forças armadas argentinas entraram em um processo de sucateamento incrível e hoje a Argentina só pode pensar mesmo em uma pressão política contra os ingleses potque militarmente...
ResponderExcluirSorte a nossa que nós brasileiros somos amigos de todo mundo, porque se tivessemos que nos defender de invasores acabariamos no mesmo barco de los hermanos.